domingo, 31 de agosto de 2008
Conhecer e Tratar com Pessoas precisa Habilidade, não é para qualquer um
Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul. Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta Nanquim. Já o Raul, nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase. Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.
No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de "paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino". E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo. Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional.
Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.
E quem era o chefe do Pena? O Raul.
E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição?
Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava.
Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.
Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa.
Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.
E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta.
O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.
Foi quando, num evento em São Paulo , eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul.
E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável:... ele entendia de gente.
Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.
E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: "Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo".
Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.
Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.
Essa era a principal competência dele.
"Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos.
Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes."
Max Gehringer
Consultor de Empresas
sábado, 23 de agosto de 2008
Lançamento do Guia do Candidato Empreendedor 2008 em Assú/RN
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Passe esta atitude à diante
Expressões como “Muito obrigado”, “Por favor”, “Com licença” e “Desculpe” estão praticamente banidas do vocabulário das pessoas, que acham que não há tempo para “frescuras”, como costumam classificar as boas maneiras no relacionamento interpessoal.
Cruzar com um desconhecido, ou até mesmo com um colega de trabalho ou um vizinho sem cumprimentá-lo, é algo corriqueiro, pois as pessoas nem percebem a importância de se desejar um “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite”. Cumprimentar o motorista e o cobrador ao entrar num ônibus, um zelador de um prédio ou um operador de caixa de um supermercado, faz toda a diferença na forma de como estas pessoas lhes atendem.
Atitudes simples, como abrir uma porta de um restaurante ou de um banco e segurá-la para que um desconhecido entre, é uma cena rara e, quando acontece, não há qualquer tipo de agradecimento. Abrir a porta do carro para uma senhora entrar é “coisa do povo antigo”. Reduzir a velocidade para permitir que um motorista entre numa via pública movimentada, nem pensar. Ninguém nunca tem tempo para “deixar” alguém, que nunca viu antes, passar à frente.
É lamentável que o ser humano esteja perdendo a capacidade de respeitar e preservar as boas regras do convívio social. Tratar mal, respondendo grosseiramente a alguém, é fato tão corriqueiro que as pessoas, na maioria das vezes, nem percebem o quanto foram indelicadas.
Li num jornal de Mossoró (RN) que uma escola daquela cidade está desenvolvendo um projeto, que envolve alunos, funcionários e familiares, para o resgate de atitudes simples como pedir desculpas, agradecer e pedir “Por favor”. Acredito que este é o caminho e que as crianças podem contribuir muito para reverter esta situação de falta de respeito ao próximo.
Mas é preciso contaminar toda a sociedade com o “vírus da gentileza”, como está fazendo uma rede de cinema de um dos shoppings de Natal, que lançou uma campanha concedendo desconto de 50% no ingresso, no ato da compra, ao cliente que der um sorriso ao caixa da bilheteria, neste mês de agosto. Parece pouco, mas o simples gesto de sorrir para alguém já é uma atitude de cortesia.Não podemos perder de vista nossos filhos, que acham que tudo que a gente faz não passa de obrigação de pai e mãe. Temos que ensiná-los a reconhecer o esforço e a agradecer os favores que lhes fazemos no dia a dia, por mais triviais que sejam. Acho que a família é a base de tudo para a construção de bons relacionamentos. Por gentileza, passe esta atitude à diante.
Alberto Coutinho
Jornalista - SEBRAE/RN
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Comércio Justo
Neste canto de página que venho ocupando semanalmente, testando a paciência de alguns, tenho dado ênfase ao mercado. Não é sem propósito que insisto no tema. De muito pouco valerá produzir com a máxima qualidade e eficácia, inclusive no equacionamento de custos, se o mercado não for demandante e não estiver acessível. A demanda é que manda.
A abertura de mercado para a pequena empresa é vista pelo SEBRAE como um ponto inarredável, um caminho natural que gera resultados econômicos e sociais relevantes. Esse é o caso do movimento Comércio Justo ('Fair Trade), baseado no respeito às pessoas e à natureza.
O Comércio Justo nasceu na Europa, há cerca de 25 anos. Àquela época (não é tão diferente agora!) os países do hemisfério norte, ricos e industrializados, usavam como matéria-prima produtos primários sem agregação de valor, adquiridos a preço vil a países do cone sul, pobres e com indústrias incipientes. O fosso entre ricos e pobres se alargava cada vez mais à medida que os preços dos bens industrializados subiam, contrastando com as freqüentes quebras de safra dos bens primários, até mesmo por questões climáticas. Para pequenos produtores a situação era dramática, chegando a ameaçar sua sobrevivência. As dificuldades vinham da falta de capital que desse suporte às crises, e da dependência a atravessadores. Os menores lucros ficavam para o produtor rural.
A reação às injustiças e ao desequilíbrio social decorrentes do comércio internacional resultou na criação do Comércio Justo. Mas, para que os produtores consigam vender o maior volume possível a um preço justo, é necessário que o consumidor acredite que o preço pago irá beneficiar diretamente àquele produtor. Essa confiança tem por base um selo de certificação, que garante, além dos requisitos de qualidade do produto, a destinação de parte do valor pago pelo comprador a melhorias econômicas, sociais e ambientais da região produtora. São bônus destinados à concessão de crédito a juros mais baixos, melhoria de escolas, centros de saúde, saneamento e tratamento de resíduos.
Hoje o movimento está difundido praticamente em todo o planeta. Em busca de justiça o consumidor consciente aceita pagar mais por um produto que agrega responsabilidade social. Na Europa o Comércio Justo movimenta por ano cerca de U$ 230 bilhões, e as “Lojas do Mundo” concentram cerca de 80% de suas vendas em produtos certificados. Embora no Brasil haja falta de dados estatísticos, é notório o crescente interesse pelo tema.
Começamos a trabalhar em Comércio Justo prospectando compradores internacionais que viessem participar de Rodadas de Negócios, na Expofruit, em Mossoró. O potencial de mercado com demanda insatisfeita para produtos com certificação Fair Trade foi identificado, e, como os princípios norteadores das relações comerciais em Comércio Justo são amplamente defendidos pelo SEBRAE, logo intensificamos nossas ações nessa área. Resultados práticos estão sendo obtidos. O melão produzido na localidade Pau Branco, em Mossoró, já foi analisado e considerado de excelente qualidade, um passo em direção à certificação e à inserção no comércio internacional. São pequenas iniciativas, é verdade. Mas, isentas de assistencialismo ou paternalismo, seu fortalecimento seria uma bela homenagem à antropóloga Ruth Cardoso.
José Ferreira de Melo Neto
Diretor Superintendente do SEBRAE/RN
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Entender é Preciso
Foi longa e repleta de obstáculos a batalha pela aprovação e implementação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Sob número 123, ela vigora desde a data de sua publicação, em 15 de dezembro de 2006. Mas seu capítulo tributário, que tem reflexos diretos sobre as finanças das empresas que nela se enquadraram, somente teve vigência a partir de 1º de julho do ano passado.
Este foi, na verdade, o passo inicial para o cumprimento do preceito constitucional que determina, em seu artigo 179, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, um tratamento jurídico diferenciado para o segmento das micro e pequenas empresas. Incentivadas por uma legislação que simplifica, reduz ou elimina suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, os empreendimentos podem se dedicar à produção de bens e serviços, sua verdadeira vocação. A criação de um ambiente favorável aos negócios resulta no crescimento da produção, que gera renda, que possibilita o consumo, que aumenta a demanda e novamente incentiva a produção. É esse o círculo virtuoso que leva ao desenvolvimento sustentável, que todos nós almejamos.
Quando uma empresa se enquadra na Lei Geral e opta pelo regime do Super Simples, passa a recolher em uma só guia os seguintes tributos: IRPJ, IPI,CSLL, COFINS, PIS/Pasep, INSS, ICMS e ISS. Como essa sistemática vigora há quase um ano, eu e toda a torcida do Flamengo podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa não causa queda de arrecadação. Nem para a Nação, nem para os Estados, nem para os Municípios. Vejo mesmo uma incoerência nos argumentos do Presidente da FEMURN quando afirma: “Os prefeitos lutam para arrecadar recursos e não vão aderir a uma lei com a qual venham a perder”. Desculpe-me, senhor Presidente, mas, para essa afirmação, digo que entender também é preciso. Se 95% da arrecadação do município sob sua administração é oriundo do FPM, os efeitos da Lei Geral já acontecem em 95% das receitas. Que são recolhidas pelo Governo Federal por força de uma Lei que abrange todo o território nacional.
Essa é a origem da minha angústia. Se o SEBRAE não conseguiu convencer o Presidente da FEMURB, parceiro de tantas jornadas, precisa mudar a sua estratégia e explicar melhor a essência da Lei. Reafirmo, pois, que esta instituição está à disposição dos Senhores Prefeitos e de seus assessores. Juntos, poderemos simular as repercussões tributárias de uma legislação municipal que os senhores se disponham a formular.
Na verdade a parcela reservada à atuação municipal prende-se basicamente a aspectos complementares da lei, que trazem benefícios diretos aos munícipes. Como a simplificação de procedimentos ou as compras governamentais, que deixam no município os recursos gastos pela Prefeitura. A maior variedade e qualidade da merenda escolar, por exemplo, é quase um detalhe, mas importantíssimo para o cidadão, o empresário ou os pais dos alunos da rede pública. Que produzem, compram, vendem, habitam e vivem no município. E lá escolhem seus dirigentes.
Entender também é preciso. Entender que o eleitor deseja empregos, renda e salários. Entender que fomentar negócios é ajudar pessoas a progredirem. Entender que a Lei Geral deve ser uma bandeira defendida pelos candidatos às próximas eleições.
José Ferreira de Melo Neto
Diretor Superintendente do SEBRAE/RN
Publicado no jornal Diário de Natal – julho de 2008
domingo, 3 de agosto de 2008
O Empreendedor e a Liderança
Nos dias atuais com toda a evolução tecnológica e estando na era da idéia o empreendedor se ver no momento em que para obter o sucesso é preciso calcular os riscos, estar sempre desenvolvendo suas competências técnicas e emocionais, saber trabalhar em equipe e sem dúvida conhecer o mercado (cliente, concorrente e fornecedor).
O empreendedor para se tornar um líder e exercer sua liderança é preciso ter poder e autoridade, porém o poder deve ser voltado para influenciar a equipe de forma a mostrar a direção a ser seguida e o porquê de segui-la, além de orientar e desenvolver as atividades dos outros – equipe como também, buscar prover contínuo treinamento e direção.
O líder empreendedor tem que apresentar uma maturidade profissional relacionado ao saber fazer e querer fazer, assim o mesmo se torna flexível e facilitador de processos. Ele precisa também desenvolver a capacidade de saber se comunicar com a equipe de trabalho em prol de um objetivo em comum a todos.
Atualmente com o mercado inovador, a diversidade de processos e a complexidade das culturas organizacionais, é importante que o empreendedor líder tenha em mente de como externar, para as pessoas envolvidas, a melhor forma de se trabalhar, para alcançar o objetivo, pois tal ação influencia na execução das tarefas (atividades) como também no comportamento individual.
A liderança empreendedora no século XXI deve ser levada muito a sério, pois hoje ela direciona o planejamento para a eficácia das organizações, uma vez que pode ser um fator que influência na motivação e no comportamento da equipe de trabalho e de todo funcionário de uma empresa.
Fred Liberato
Consultor de Empresas